INTRO
P: Porquê?
Ideias surgem, não se denunciam a elas mesmas, e, sem avisar foi criado este blog. Gerido por duas pessoas, tentando abordar as áreas de interesse de ambos, música, literatura, filosofia, cinema, artes plásticas. Ocasiões que por alguma razão ou por outra se traçam nas nossas vidas, que temos o prazer de partilhar e registar em formato digital.
P: O que é "Presse Omnia"?
"Presse Omnia" significa "Simplesmente tudo", que é precisamente o que trata o blog. Vários temas.
Espero que sejam boas as leituras. De Pessoas para Pessoas.
Presse Omnia
Ideias surgem, não se denunciam a elas mesmas, e, sem avisar foi criado este blog. Gerido por duas pessoas, tentando abordar as áreas de interesse de ambos, música, literatura, filosofia, cinema, artes plásticas. Ocasiões que por alguma razão ou por outra se traçam nas nossas vidas, que temos o prazer de partilhar e registar em formato digital.
P: O que é "Presse Omnia"?
"Presse Omnia" significa "Simplesmente tudo", que é precisamente o que trata o blog. Vários temas.
Espero que sejam boas as leituras. De Pessoas para Pessoas.
Presse Omnia
domingo, 20 de maio de 2007
[Letras] O Poeta "Maldito"
Dois ou três poemas de Mr Charles Baudelaire para abrir o apetite,a quem tiver o prazer de os ler. Outro dos meus eleitos ;)
OBSESSÃO
Grandes bosques, de vós, como das catedrais,
Sinto pavor; uivais como órgãos; e em meu peito,
Câmara ardente onde retumbam velhos ais,
De vossos De profundis ouço o eco perfeito.
Te odeio, oceano! Teus espasmos e tumultos,
Em si minha alma os tem; e este sorriso amargo
Do homem vencido, imerso em lágrimas e insultos,
Também os ouço quando o mar gargalha ao largo.
Me agradarias tanto, ó noite, sem estrelas
Cuja linguagem é por todos tão falada!
O que procuro é a escuridão, o nu, o nada!
Mas eis que as trevas afinal são como telas,
Onde, jorrando de meus olhos aos milhares,
Vejo a e olharem mortas faces familiares.
in "As Flores do Mal" - Charles Baudelaire
A DESTRUIÇÃO
Sem cessar, ao meu lado, o Demónio arde em vão;
Nada em torno de mim como um ar vaporoso;
Eu degluto-o e sinto-o, a queimar-me o pulmão,
Enchendo-o de um desejo eterno e criminoso.
Toma, ao saber o meu amor à fantasia,
A forma da mulher, que eu mais espere e ame,
E tendo sempre um ar de pura hipocrisia,
Acostuma-me a boca a haurir um filtro infame.
Longe do olhar de Deus ele conduz-me assim,
Quebrado de fadiga e numa ânsia sem fim,
Às planícies do tédio, infinitas, desertas,
E atira aos olhos meus, cheios de confusão,
Ascorosos rasgões e feridas abertas,
E os aparelhos a sangrar da Destruição!
in "As Flores do Mal" - Charles Baudelaire
O FIM DA JORNADA
Debaixo de uma luz tão baça,
Vai, corre e dança sem razão,
A vida, gritante e devassa.
Porém, logo que, na amplidão,
A noite voluptuosa sonha
Tudo abrandando, mesmo a fome,
Tudo apagando, até a vergonha,
O poeta em lassidão sem nome
Diz: - “Os meus ossos e a minha alma
Invocam ardentes a calma;
E, de coração tumular,
Agora vou dormir de lado,
Rolar em vosso cortinado,
Ó trevas de refrigerar!”
in "As Litanias de Satã" - Charles Baudelaire
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